Fiz esse breve texto após refletir sobre o filme Vanilla Sky, que por sinal é fantástico, a idéia é meio que um Matrix ao contrário, pelo menos a idéia foi como eu percebi, enquanto no segundo se luta pela verdade no primeiro escolhe pela mentira, pela forma abordada no filme - você cria seu mundo e o sente como real, não sabe é uma ilusão - é no mínimo tentador. E se pudesse escolher a vida dos sonhos, memso que ilusória, o que faria?
E se pudesse viver para sempre? Mas não o real e palpável, se pudesse criar o seu mundo, exatamente com tudo que gostaria, a sua utopia seria real. Você viveria, sentiria, acreditaria, mas seria mentira, você não saberia, entretanto nada daquilo seria real. Seria a mentira tão real que se tornaria a própria razão de viver? O que torna as coisas reais? Acreditar as tornam reais? Sentir? Será que a felicidade mesmo que gerada pela ilusão compensa toda a mentira? Até onde ir pela felicidade? Até onde compensa? A eternidade a seu dispor, a perfeição, o seu desejo. Maior que a morte e que o tempo. Um Deus criando tudo. Não é tentador? Não é belo? A satisfação compensa a mentira? Mas não seria a vida a própria mentira? Se a mente não difere o sonho da realidade, como saberemos? O que é sonho o que é real? Viver para sempre, mentir para sempre? Sonhar para sempre e realizar tudo. Não é tentador? A verdade é importante? A mentira é vilã? É heroína? O que é a verdade?
Postado por
Karina
3 Perspectivas:
Olá Karine, então, porque exatamente você não está estudando Filosofia mesmo? rsrs Não sei se você conhece as Meditações Metafísicas de Descartes [livro onde encontramos o famoso jargão filosófico "Penso, logo existo."] Na obra, o filósofo francês está interessado essencialmente em derrubar o cético moderno, que julgar que o mundo não existe de fato, que estamos usualmente sonhando. E a partir dessa perspectiva, Descartes mostra no decorrer da obra como o mundo exterior de fato existe, e de como essa existência depende de dois fatores cruciais: o reconhecimento da existência do homem e o reconhecimento da existência de Deus.
A partir dessa disso, ainda na Primeira Meditação, Descartes tenta elevar a dúvida cética há um ponto em que não é possível mais duvidar. Por isso, ele apresentar alguns argumentos do próprio cético a fim de derrubá-los: o primeiro, diz que Deus é um gênio maligno que está nos enganando o tempo todo fazendo com que acreditemos que o mundo exterior existe; o segundo, que é o que pode te interessar com relação a seu último post, Descartes assume [apenas para demonstrar sua teoria] que estamos sonhando constantemente. [O terceiro é irrelevante aki haha].
Portanto, se te preocupam os questionamentos que faz no post, ler a Primeira Meditação te daria um arcabolso teórico interessantissimo [embora obsoleto atualmente sob minha, e talvez sob a sua perspectiva, pois depende da existencia de Deus rsrs] para pensar tais questões. Em aulas de Filosofia Cartesiana, no que diz respeito à dúvida cética acerca da existência do mundo exterior, Matrix é sempre citado como uma analogia bem elaborada.
Para finalizar, aproveito para dizer que gostei bastante deste post, ele dá bastante pano pra manga na Filosofia rsrs, são questionamentos pertinentes de uma época passada, mas que frequentemente ocupam nossas mentes em filmes como Vanilla Sky e Matrix. Sempre achei um erro grotesco dar somente aos antigos a propriedade sobre os problemas filósoficos, que perduram até nossos tempos. Os problema filósoficos são, por assim dizer, eternos rsrs.
Abraço,
Lucas.
P.S.: Ainda não assisti Vanilla Sky, mas seu post foi um grande estimulo, farei isso o quanto antes. rsrs
Então Lucas,quem sabe eu faça filosofia futuramente, acho fantástica, mas por enquanto minha pretensão é psicologia.Mas então, já o li este livro de Descartes, fui na despretensão, já que era pra um vestibular, mas acabei gostando bastante,embora igual a você o ache obsoleto por conta que ele parte do princípio que Deus existe, o que me irritou muito, não só por ser atéia, mas porque as argumentações e questionamentos dele são fantásticas, mas em relação a Deus ele só presumiu que ele existe e ponto, o que acabou, ao menos na minha concepção enfraquecendo a obra.E então se ele parte da premissa de que deus existe para provar que realmente existimos, partindo da premissa que deus não existe, não existimos? =O Mas a questão do sonho é sempre pertinente.
Matrix é um excelente filme, sempre que se vê percebe-se mais questões que haviam ficado despercebidas, eu mesmo não havia percebido essa conexão.
Muito obrigada, Lucas. Realmente não há como evitar tais questionamentos e concordo plenamente há muita gente nova fazendo coisas fantásticas e que é desvalorizado ou por ser atual ou por ser cultuado pela massa, bobeira e ignorância. Droga, essa eternidade implica em nunca sabermos as respostas =/
Eu recomendo, mas assim eu estraguei o barato do filme, não me odeio por isso rsrs
Assista "O Nome da Rosa", baseado no livro de Umberto Eco. Acho que vai gostar.
Bjs.
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